terça-feira, 21 de agosto de 2012

8 maneiras de estragar uma viagem

Este é um artigo de Luciana Carvalho que retirei da Exame.com, uma vez que está em Português do Brasil vou reescrevê-lo com um cunho pessoal.

Não pesquisar sobre o destino ou levar muita coisa na mala são algumas das formas de arruinar uma viagem para lugares desconhecidos.

O sucesso de uma viagem não é medido apenas pela quantidade de fotografias que se trás de um destino. Por trás de centenas de imagens alegres, podem esconder-se grandes frustrações causadas pela falta de planeamento ou de sintonia entre os turistas. 
Antes de comprar os vôos e fazer a mala, é importante ficar atento a alguns pontos que podem transformar uma viagem em puro strese. Depois de percorrer muitas milhas, as jornalistas Adriana Setti, especializada em turismo e blogueira do ViajeAqui, e Laura Capanema, repórter da revista Viagem e Turismo, juntaram as suas experiências e disseram a EXAME.com as principais formas de estragar uma viagem.

ERRO: Escolher um destino que não se encaixa em seu perfil

Nem todos os roteiros são para qualquer pessoa. Decidir um lugar que não tem a ver com a personalidade do turista ou com seu objetivo – se é para descanso ou para conhecer o máximo possível – tudo pode ser uma grande perda de tempo e dinheiro.

“Conheço pessoas que nunca tinham feito um mochilão e resolveram percorrer a Europa num mês e com 15 destinos no roteiro: foi muito pesado e voltaram a meio da viagem, simplesmente por não terem aguentado”, afirma Laura Capanema. Segundo a jornalista, é comum as pessoas confundirem viagens para conhecer lugares interessantes com as para descansar o corpo e a mente. Apesar de a união dos dois ser o ideal, isso nem sempre é possível.

ERRO: Levar muita coisa na mala

Carregar muito peso pode ser desconfortável quando se transporta a bagagem entre diferentes destinos e ainda é um obstáculo para quem gosta de fazer compras. De acordo com Adriana Setti, a regra: é melhor faltar do que sobrar.

“No mundo globalizado, a menos que se viaje para um lugar muito primitivo, há pouquíssimas coisas que possa precisar desesperadamente e que não consiga encontrar no destino em questão”, diz. Outro problema sério quando se está a fazer a mala é esquecer dos medicamentos que se costuma tomar, pois alguns só podem ser adquiridos com receita médica.

ERRO: Não pesquisar o clima do local

Frio e calor são apenas duas variações entre muitos tipos de condições climáticas que podem se tornar grandes dores de cabeça, caso o viajante não esteja preparado. Além de levar as roupas erradas, é possível que a pessoa ainda perca passeios, dependendo do tempo local. “O Sudeste Asiático, por exemplo, tem um calendário ultra complexo de monções. Em vários outros lugares (como Caribe, China, ilhas do Pacífico) pode deparar-se com enchentes, furacões, hotéis fechados e outros problemas incontornáveis, se não pesquisar como deve ser”, afirma.

ERRO: Hospedar-se num local longe das principais atrações

O hotel pode ser um peso na qualidade das viagens, quando são escolhidos hotéis mais distantes dos principais pontos da cidade visitada, no intuito de economizar. “É o típico barato que sai caro: no fim, gasta-se nos transportes e perde-se tempo”, diz Adriana Setti.

Por isso, pesquisar na internet é a melhor arma, segundo Laura Capanema. “Sites como o Booking e Tripadvisor são muito bons”, afirma.

ERRO: Em viagens acompanhadas, obrigar todos a fazer a mesma coisa

Seja em viagem com amigos, família ou cônjuge, Laura e Adriana concordam que obrigar todo mundo a fazer a mesma coisa pode gerar discussões e frustrações. Isto pode ser agravado quando os perfis, objetivos ou orçamentos dos viajantes são diferentes – o que pode estragar o passeio de um ou de todos.

Sair sozinho e marcar um ponto de encontro em determinado horário pode resolver a questão. Nesse caso, o erro da falta de pontualidade também pode gerar desentendimentos.

ERRO: Ignorar a cultura local

Não é muito difícil identificar um turista, principalmente em países onde os costumes diferem mais da cultura ocidentalizada. Quem está a viajar deve esforçar-se para compreender o idioma e os hábitos locais. 

“Vale saber se em tal país é obrigatório dar gorjeta no restaurante, se os habitantes locais são recetivos a certo tipo de vestuário (principalmente para os países muçulmanos), como são os hábitos locais em relação a bebidas alcoólicas, etc”, afirma Laura.

ERRO: Querer conhecer tudo em pouco tempo

Principalmente em viagens internacionais, que costumam ser mais caras e mais raras, a tentação de ver tudo que puder em pouco tempo é grande. Mas fazer um roteiro com lugares demais pode cansar além da conta e não permitir que o turista conheça, de facto, o destino.

“Acho que três dias é um tempo mínimo em cada destino, seja Botucatu ou Paris, uma vez que o dia da chegada e o dia da saída nem sempre são aproveitados ao máximo”, afirma Adriana, que costuma sempre dizer que “o mundo não vai acabar tão cedo”. 



domingo, 19 de agosto de 2012

Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano

O Alentejo oferece muitas das melhores praias que o nosso país tem a oferecer, não, não é apenas uma enorme planície dourada. Na sua costa banhada pelo Atlântico, mais expostas ou escondidas entre rochedos, há dezenas de praias para descobrir. Maravilhados pelos seus encantos exploramos sempre com mais algo a descobrir.  De Tróia a Odeceixe, na fronteira com o nosso Algarve, as finas areias brancas, diluem-se na paisagem do mar, azul e contagiante...

O Parque Natural do Sudoeste Alentejano é o guardião da beleza selvagem das praias do Alentejo.

Agosto, mês de rebuliço em todo o Algarve, nada como dar uma escapadela até aquelas maravilhosas praias que já conhecemos - Zambujeira do Mar, Amália, Odeceixe, Furna das Adegas ou descobrir outras - Praia da Foz, Tonel.


PRAIA DA ZAMBUJEIRA DO MAR, ODEMIRA

Integrada no Parque Natural da Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano, a Praia da Zambujeira do Mar está rodeada por falésias altas, de onde se pode apreciar um deslumbrante panorama sobre o oceano. Banhada por um mar de ondulação forte, com boas condições para a prática de surf e bodyboard, a praia está situada junto à povoação da Zambujeira do Mar, de onde se tem acesso direto. 
É delicioso saborear um prato de peixe nas esplanadas da vila.


PRAIA DA AMÁLIA OU MALMEQUERES, ODEMIRA

Situada em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a bonita praia da Amália é um encanto natural, em estado quase puro. 
A Praia deve o seu nome à artista Amália Rodrigues que muito a frequentou. 
Pela sua pacatez e natureza quase em estado puro, esta é uma praia muito frequentada por naturistas, reunindo também condições para a prática de surf e pesca desportiva.

O acesso à praia, ele também dono de paisagens sem igual, não é muito facilitado, mas o panorama faz valer o esforço. (descubra como chegar aqui).




PRAIA DA FOZ, ODEMIRA

Procurando chegar à Praia do Brejo Largo encontramos esta pequena praia, que curiosamente, sendo um dia chuvoso de Agosto apenas era frequentada por umas vaquitas que resolveram ir até ali pastar. 
É uma praia de curto areal, mas de grande beleza, situada na foz de um pequeno curso de água. 
Fica nos arredores de Almograve e o acesso faz-se por uma estrada de terra na saída norte da localidade. O caminho termina antes da praia, sendo necessário caminha algumas centenas de metros pelas dunas e depois atravessar o ribeiro.



PRAIA DA ENTRADA DA BARCA

Praia de cascalho situada junto ao porto de pesca com o mesmo nome.
Existem indicações e o acesso é fácil.

Junto a este local existe o Restaurante Sacas, com uma magnífica vista para o oceano. O ambiente é muito agradável e descontraído, com mesas e bancos corridos de madeira. Dispõe de uma pequena esplanada, extremamente convidativa, para os dias amenos. A cozinha oferecida é de grande qualidade, com destaque para os pratos de peixe e marisco.



PRAIA DO TONEL OU PENDORADOIRO

É uma enseada numa alta falésia, a descida para a praia efetua-se por um trilho a pique, que pode ser feito com a ajuda de uma corda que alguém lá pôs. A praia fica no sopé, esmagada pelos blocos de pedra. Do topo da arriba, junto ao cabo do pendoradoiro, tem-se uma vista fantástica.
Acesso: seguir o caminho de terra que se inicia na estrada municipal entre o Cabo Sardão e a Zambujeira do Mar, junto ao Monte da Herdade do Touril. Nós fomos até Praia da Entrada da Barca e seguimos a pé pelas falésias até à praia do Tonel.



PRAIA DE ODECEIXE, ALJEZUR

Situada na foz da Ribeira de Seixe, a Praia de Odeceixe permite a escolha entre os banhos de mar ou de rio. Durante a maré baixa, as pequenas lagoas que se formam no areal extenso são muito apreciadas pelas crianças. Desenvolve-se dos dois lados da ribeira de Seixe que faz fronteira com o Alentejo. Na baixa-mar pode andar umas largas dezenas de metros com pé. 

Com um acesso muito fácil a partir da localidade de Odeceixe, é uma das praias mais conhecidas da região.


PRAIA DA FURNA DAS ADEGAS, ALJEZUR

A Sul da Praia de Odeceixe há uma segunda enseada, unicamente acessível na maré baixa, a chamada Praia das Adegas, praia de naturismo oficial. 

Na maré baixa o acesso pode ser feito desde a Praia de Odeceixe, na maré alta, o único acesso é através de um trilho que desce a falésia. No topo dessa falésia existe um grande parque de estacionamento. 


domingo, 12 de agosto de 2012

Bergen e os fiordes...

A viagem que hoje recordo foi realizada em Julho de 2006 e incluiu Oslo, Bergen, Gotemburgo, Malmö e Copenhaga e Helsingor.

Descrevo-vos aqui um dia fantástico passado entre Oslo e Bergen. Compramos um bilhete para um passeio de comboio que foi considerado o mais bonito no mundo, não será por acaso que o Norway in a nutshell é o “pacote turístico” mais popular de toda a Noruega, entre os próprios noruegueses. Este passeio incluía o trajeto Oslo-Voss, Flåm-Myrdal, um cruzeiro pelos fiordes (Aurlandsfjord e Naeroyfjord, este último inscrito desde 2005 na exclusiva lista de locais Património da Humanidade da UNESCO), um percurso pela velha e curvilínea estrada de Stalheimskleiva e o regresso Bergen-Oslo (realizado durante a noite por cerca de 7 horas). Tudo acessível a partir de Bergen, numa viagem de apenas um dia, facilmente organizada.
Montanhas, lagos, rios e florestas observam-nos  ao longo do caminho. Excelências da engenharia criaram a linha férrea de Flåm a Myrdal. E esta é uma das mais populares atrações da Noruega com uma cenário natural magnifico. A inclinação no percurso é bastante pronunciada (em alguns pontos, chega a 55% de inclinação), as passagens estreitas que entram e saem das montanhas encantadoras, as cascatas mágicas e a vida selvagem pura. Esta viagem de 40 minutos de comboio proporcionou-me lembranças para toda a vida.




Depois a magia retorna quando se percorre o Naeroyfjord, o mais estreito fiorde da Europa e o Aurlandsfjord, e cujas montanhas que acompanham as suas águas atingem, em alguns locais, os 1.800 metros de altitude. O contraste entre as altas montanhas, brancas no topo, e a singularidade do fiorde, proporciona quadros dignos de serem pintados. Neve, sol, montanhas e água ao alcance de um mesmo olhar, a bordo de um barco que desliza suavemente pelas águas do fiorde. Foram mais 2 horas marcantes.











E o que é um fiorde? Quando o mar entra pelos vales de altas montanhas, estes vales tem origem na erosão causada por placas de gelo. O resultado é um cenário incrível que enfeitiça até o mais entediado dos visitantes.


Após estes percursos eis que chegamos a Bergen, onde há muito para conhecer. 


Fundada em 1070, a encantadora cidade de Bergen, foi capital da Noruega na Idade Média. Até ao século XIV abrigou uma importante fortificação viking. O cais do porto - Bryggen - ainda guarda cuidadosamente o antigo centro comercial repleto de casinhas de madeira coloridas. Nos armazéns e estalagens de outrora, agora funcionam restaurantes, museus e lojinhas que até parecem ter sido tirados de um filme. A atmosfera é extremamente acolhedora, apesar do frio que impera na maior parte do ano e da chuva que teima em cair quase todos os dias (os moradores dizem que de cada quatro dias, chove em três). Não tivemos muito azar pois apenas chuviscou.



Bryggen é o ponto mais central da cidade que, apesar de ter 250 mil habitantes, ainda conserva um ar provinciano.

Um delírio para os amantes do mar é o Mercado de Peixe. Ali nos podemos deliciar com salmão, bacalhau fresco, lagosta, camarão, caviar e  a famosa carne de baleia. 
A comunicação de Bergen com o mundo é feita através do mar, assim sendo, onde pulsa o coração da cidade é mesmo no Mercado do Peixe.

Bergen é cercada por sete montanhas. A mais alta é o Monte Ulriken, com 643 metros de altura. Outra delas é o Monte Floyen, com mais de 300 metros de altura, onde existe um teleférico (sobe em 6/7 minutos) que nos proporciona uma visão privilegiada da cidade.





Sinceramente, concordo quando dizem que se você foi à Noruega e não esteve em Bergen, não conheceu a mais linda cidade norueguesa.

Aqui ficam mais umas fotos do centro de Bergen.







“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. É preciso ver o que não foi 

visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver 

de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a 

seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui 

não estava. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.” 

José Saramago

O que pode e não pode levar na bagagem de mão

Nos dias de hoje, em que contamos com companhias low cost com preços fantásticos, não podemos ignorar a hipótese que nos dão de conhecer novos locais por meia dúzia de euros. Assim, e para poupar ainda mais podemos levar apenas bagagem de mão, que para poucos dias é suficiente. 
Aqui ficam umas dicas que poderão ajudar aos mais inexperiente. 


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Capadócia... a terra dos Flintstones...


Capadócia quer dizer " Terra dos Belos Cavalos" e é uma região que já foi habitada há milhares de anos por várias civilizações, como os Hititas e outros povos originários da Europa e Ásia Menor, e abrange as cidades de Göreme, Ürgüp, Nevsehir e Avanos. Ficou conhecida com Alexandre, o Grande, embora só houvesse interesse na região pelas suas estradas, por onde fluía o comércio. Göreme, antiga Korama, é Patrimônio Mundial da UNESCO e atualmente a cidade mais importante da região. Mesmo ao lado temos Uçhisar que também me pareceu um local alternativo onde fica, não obstante, adorei ficar em Göreme.

A Capadócia fica na Anatólia Central a cerca de 700 quilómetros de Istambul.

Na Capadócia encontrei toda a mística de um lugar onde a Natureza não se privou de esculpir a sua beleza.

Das planícies lunares elevam-se formações rochosas, de vários tamanhos, que são conhecidas como "as chaminés de fada".
A paisagem da Capadócia foi esculpida por séculos de erupção e são suficientemente macias para permitir que os humanos escavassem e construíssem, casas, condomínios e igrejas. E hoje em dia magníficos hotéis! Tive o privilégio de ficar instalada num hotel escavado na rocha, uma experiência única!


A situação geográfica da Capadócia, tornou-a um importante centro de trocas comerciais ao longo dos séculos e alvo de contínuas invasões. Para se refugiarem durante as invasões, os habitantes construíram refúgios subterrâneos, por vezes verdadeiras cidades, supondo-se que as mais antigas remontam ao tempo dos Hititas, há mais de 3000 anos, e que muitas ainda estarão por descobrir.


O primeiro dia que passamos em Göreme foi dedicado à descoberta, alugámos uma scooter e demos umas voltas pelos arredores e pelo Rose Valley. No segundo dia, o tão esperado passeio de balão e uma excursão - Green Tour - que nos levou a vários pontos interessantes (Cidade Subterrânea, Vale Ilhara, Mosteiro de Ilhara, Vale das Pombas...) e claro, não poderia faltar levarem-nos a lojas para comprar produtos nacionais, fomos a Nevsheir a uma loja de produtos tipicos... chocolates, chás... e a Ushisar a uma loja de confeção de jóias. Descrevo-vos agora um pouco.






Algumas cidades subterrâneas podem ser visitadas, como é o caso das de Derinkuyu, Kaymakli, Özkonak e Mazi. Estas cidades tem vários níveis subterrâneos — a de Derinkuyu, por exemplo, tem oito, como um formigueiro e dispõem de canais de ventilação, estábulos, padarias, poços de água e tudo o mais necessário para que os seus ocupantes, que podiam chegar a vinte mil, pudessem resistir durante vários meses sem que fossem detetados pelos invasores, quando aldeias inteiras tinham que se esconder fugindo de inimigos. Datam do séc. VII, mas alguns arqueólogos acreditam que remontem a mais de 4000 a.C., ainda da época dos hititas.

Nos andares superiores ficavam os estábulos para os animais, depois os mantimentos, vinhos, comidas e para baixo ficavam as famílias, e havia até uma igreja. Um projeto incrível e uma construção mais ainda... surpreendente, como podem ter feito escavações perfeitas na pedra e terem morado lá no escuro, na humidade?...

Aconselho a quem for até uma destas cidades subterrâneas a levar um casado pois, por muito que lá fora estejam 40ºC (que era a temperatura quando lá estivemos em finais de Julho), lá em baixo faz frio, muito frio. Os claustrofóbicos não se preocupem porque a maioria dos espaços tem abertura suficiente, dificilmente se entra em pânico. Poderão ter é alguma dor de costas, pois em algumas passagens do percurso temos de andar quase agachados. 








Na Capadócia existem entre 400 e 600 igrejas, muitas delas escavadas em rochas, interessante visitar. As mais antigas datam do século VI, embora a maior parte seja dos séc. X e XI, o período que vai desde o fim das incursões árabes. A maioria tem afrescos que retratam cenas da vida de Cristo, sua crucificação e ressurreição, com os apóstolos. Curioso ver que nos frescos se viam imagens com olhos riscados, raspados, deixando as figuras sem olhos, mas isso pode-se explicar pelo Iconoclasmo que foi um movimento político-religioso contra a veneração de ícones e imagens religiosas no Império Bizantino que começou no início século VIII e perdurou até o século IX.




O Göreme Open Air Museum (Museu a Céu Aberto), Património Mundial da UNESCO, a cerca de 1,5 Km do centro de Göreme, encontram-se dezenas de capelas e igrejas do período Bizantino, a maioria do séc. X, XI e XII, cavadas nas rochas, com abóbodas, altares e colunas bem projetados, exemplos únicos da arquitetura lavrada na rocha, com lindas ilustrações da vida de Cristo nos tetos e paredes. Grande parte dos afrescos encontra-se com os olhos das figuras raspados como já expliquei. Existem também divisões de autenticas moradias, umas em melhor estado de conservação do que outras.
A entrada neste museu custa 15 Liras.






O Vale Ilhara parece uma miragem, diante de uma paisagem desertica de vales, surge o Ilhara Valley, completamente verde. Aqui é preciso estar preparado para uma boa caminhada (cerca de 3 Km) por entre a sombra das árvores, onde se caminha à beira do rio, ao som das águas frias e descobre-se igrejas escondidas. Como a mais antiga igreja da Capadócia, com pinturas preciosas nas abóbadas, a Agaçalti Kilisesi.






Depois da caminhada, tínhamos o almoço estava à nossa espera num dos restaurantes da aldeia Belirsima a meio do vale. A curiosa característica destes restaurantes é que possuíam mesas em cima do rio onde as pessoas podiam almoçar com os pés nas águas entendidas como sagradas. Foi aí que almoçamos com um simpático casal espanhol que fazia parte da nossa excursão. 


O último destino da viagem foi o Mosteiro de Selime, localizado numa das extremidades do vale de Ilhara. Acho que nenhuma fotografia deste Mosteiro pode descrever a sua beleza e a vista que se pode apreciar do seu interior. Este mosteiro é uma grande estrutura rochosa onde as divisões foram esculpidas na montanha. A vista a partir do mosteiro para a região circundante é simplesmente de cortar a respiração. 





Ainda antes de terminar passamos por um lugar na vila de Uchizar chamado Vale da Pombas.

Vale das Pombas
Castelo de Uchizar

Voar num balão na Capadócia é uma experiência incrível! Prepare-se para madrugar... Por volta das 4:45 da manhã uma carrinha vai buscar-nos ao hotél e levam-nos para um rápido pequeno-almoço, com chá e biscoitos, depois a carrinha segue para o campo de balões e começa a aventura... é lindo, o silêncio, a paisagem incrível da Capadócia, ver o sol nascer, os balões a subir, realmente é uma experiência mágica! 
Depois de pousar, a equipa de terra vai ao encontro dos passageiros para um brinde com champagne da Turquia e a entrega de um diploma de vôo! Acho que é o ritual em todas as companhias de balões! 
Se foste à Capadócia e não voaste num balão... tu não foste à Capadócia, tens que voltar! 













É de referir que uma viagem de balão pode custar entre 80€ e 150€, variando, segundo eles, pela experiência do piloto. Sendo este um produto exclusivamente turístico, falam-nos sempre em Euros.



Como chegar a Göreme?



Podemos chegar a Göreme facilmente de autocarro ou comboio a partir de Istambul. Há comboios que fazem a viagem durante a noite, no entanto, a viagem dura cerca de 14 horas. O preço é de 50Liras. Em alternatica, e eu aconselho, é o avião. Existem voos domesticos desde Istambul (Turkish Airlines) que são baratissímos e nos levam até ao aeroporto de Kaiseri ou Nevsheir (fomos para este aeroporto) que se localiza a cerca de 30 minutos de Gorëme.


Deixo umas fotos soltas de uma estadia incrível e inesquecível.















Termino este post com uma nostalgia tremenda... a Capadocia foi, sem sombra de dúvida, o momento alto desta viagem.


Güle Güle ve yakında geleceğim Kapadokya...