sábado, 11 de fevereiro de 2012

Berlim... o cenário da queda do muro!

Neste primeiro post que reporta a Julho de 2008, vou falar-vos  de Berlim, a capital da Alemanha, porém esta foi a primeira das três cidades visitadas... seguiram-se Praga, na Republica Checa e Viena, na Áustria. 

Semeada às margens do Rio Spree, no século XIII, Berlim logo se tornou o mais importante centro comercial da região de Brandenburgo. 
Foi a capital do Reino da Prússia, do Império Alemão, da democrática República de Weimer e da hedionda Alemanha Nazista, de Hitler. 

As Portas de Brandenburgo - cartão-postal de Berlim - é o cenário para a "Queda do Muro de Berlim", que simbolizou o fim da Guerra Fria, a derrocada do comunismo e a instauração de uma nova ordem mundial... Confesso-vos que fiquei encantada com esta cidade, a envolvência de uma história, que desde criança  vejo  retratada na televisão e na literatura...

Quase vinte e três anos já se vão desde a queda do muro de Berlim e a Fénix renasceu mais uma vez das cinzas. Agora, Berlim é uma das capitais mais fascinantes da Europa. Dinâmica, mas ao mesmo tempo tranquila, urbana, mas cheia de verde. Combina na medida exata a tradição com modernidade. 

Mais uma vez retrato-vos pontos de interesse desta cidade...

Potsdamer Platz, que no passado foi um centro cultural efervescente que dava nome ao principal portão da cidade, o Potsdamer Tor. Durante a divisão da cidade tudo o que ali havia sobraram só as instalações subterrâneas das linhas do comboio. Até o bunker onde Hitler cometeu o suicídio foi destruido. Hoje, recuperada, a área abriga restaurantes, bares, lojas, cinemas, estação de metro e comboio, além de ser o ícone da modernidade de Berlim, com prédios projetados por arquitetos conhecidos, como por exemplo, o Sony Center e o prédio DaimlerChrysler. 

Ao sair da  Potsdamer Platz em direção ao Portão de Brandenburgo, é impossível não ver o espaço do Memorial do Holocausto, 19 mil metros quadrados, cravejado de blocos de tamanhos diferentes. São quase 3 mil rectângulos que dão a sensação de um enorme cemitério num ponto nobre da cidade. Não é propriamente belo, mas cumpre o seu objetivo e faz-nos refletir sobre as atrocidades do Holocausto.
Memorial do Holocausto é um monumento tradicional que visto de diferentes pontos parece sempre diferente e os sentimentos acompanham essa dança. 

A menos de cinquenta metros do Memorial do Holocausto, na região de Unter den Linden, ficam as Portas de Brandenburgo. Foi construído em 1795, em estilo neo-clássico. Apesar dos estragos das guerras abriga muitos prédios históricos de Berlim como o Museu Histórico Alemão "Zeughaus", a movimentada praça Gendarmenmarkt com a Catedral Deutscher Dom e a Französicher Dom.


O principal parque de Berlin é também um dos maiores do mundo: Tiergarten. O seu nome deriva de uma floresta que existia nesta região. Partindo das Portas de Brandenburgo, fica localizado à leste. O parque tem uma grande variedade de recantos, alamedas floridas, campos de desporto, parques infantis... e costuma ser muito freqüentado pelos locais, sobretudo durante os fins de semana. Na parte central de Tiergarten está outro dos monumentos mais famosos da cidade, a Coluna da Vitória (Siegessaule), no topo da qual está uma estátua representando a Deusa da Vitória.


A Gendarmenmarket é uma das praças mais bonitas e animadas de Berlim. Foi criada para comportar um mercado no século XVII. Mais tarde passou a ser usada como estábulo e atualmente conta com restaurantes e uma concentração de gente de todo o mundo. De cada lado da praça há uma igreja que parecem idênticas, mas o seu único traço comum são as torres. Uma Französischer Dom é uma igreja huguenote francesa e outra é a Deutscher Dom é alemã protestante.

Reischstag, o prédio do Parlamento Alemão é um dos prédios mais simbólicos da cidade. Foi construído em 1894 como ícone do poder germânico. Um incêndio criminoso destruiu o seu hall principal em 1933. Hoje, o edíficio congrega o passado com o presente. O arquiteto Norman Foster transformou este local num dos plenários mais modernos do mundo, com o seu hall coroado por uma cúpula de vidro entranhada na arquitetura clássica neo-renascentista. O espaço pode ser visitado e existem sempre filas enormes. No topo da cúpula existe um restaurante, o Käfer Bundestag com uma linda vista panorâmica.



A "Ilha dos Museus" é um dos pontos nobres da cidade, pois reúne um complexo cultural de extrema importância internacional. A área situa-se entre dois braços navegáveis do Rio Spree. Como a cidade é conhecida por ter 170 museus e é inviável conhecer todos eles, pelo menos o Pergamonmuseum (que conserva um dos portões da Babilônia e o Altar de Pérgamo) e o Bodemuseum (que apresenta coleções de moedas, medalhas e arte bizantina) devem ser visitados. 



Além dos museus a Berliner Dom (maior catedral da cidade) também fica nessa área.
A Berliner Dome é a maior catedral da cidade. Foi projetada por Julius Raschdorff no início do século XX.

Na zona de Kreuzberg, fica à volta da Alexanderplatz onde se localizam a histórica câmara Rotes Rathaus, a Fernsehturm com 368 metros de altura, a Igreja de Santa Maria, a Fonte de Neptuno e vários prédios da Nikolaiviertel.


A antiga câmara Rotes Rathaus - em estilo renascentista e com paredes de tijolos vermelhos. Após a reunificação da cidade, o prédio voltou a abrigar o governo da cidade.


A belíssima estátua de São Jorge a atacar o dragão, fica na rua Spreeufer, na entrada da Stadschloss.


As estátuas de Karl Marx e Friedrich Engels observam a  Fernsehturm e estão ali desde 1986.


A Torre da TV - Fernsehturm - pode ser vista de vários pontos da cidade.

Visitar esta cidade é como entrar numa máquina do tempo. Um tempo que não é assim tão remoto – pouco mais de vinte anos. As histórias contadas pelos berlinenses que viveram por trás do muro são recentes. O muro de 150 quilómetros foi abaixo no dia 9 de novembro de 1989 e as tintas do passado ainda estão frescas. Onde quer que se vá o ar emana a trajetória que a humanidade trilhou num momento sombrio que remete à Guerra Fria.

Partes intactas do "Muro de Berlim" ainda são conservadas em vários pontos da cidade.




A divisão da cidade em duas metades aconteceu na manhã do dia 13 de agosto de 1961. Era um domingo quando Berlim acordou partida ao meio por um muro monitorado por soldados de armas em punho. A liberdade foi brutalmente violada. Famílias inteiras foram afastadas. Quem estava de um lado não podia voltar ao outro. Houve pânico. Muita gente morreu. Com medo da "explosão" de uma grande guerra o mundo presenciou calado à loucura dos governantes alemães.




Uma faixa formada por duas filas de pedra de calçada representa o local exato por onde passava o Muro de Berlim. Essa placa com a inscrição "Berliner Mauer 1961-1989" pode ser vista em vários locais da cidade.




O Checkpoint Charlie é um dos resquícios interessantes da muralha e o único posto de controlo para passagem de estrangeiros que continua intacto. O nome desta guarita de cruzamento da fronteira entre os setores americano e soviético vem da palavra que significa a letra C no alfabeto fonético internacional: Alfa, Bravo, Charlie. A poucos metros dali fica o Museu do Muro - Mauermuseum.


A Estação Central de Berlim (Berlin Hauptbahnhof) é maior estação ferroviária de interseção em múltiplos níveis da Europa. Foi construída nos antigos terrenos da Estação de Lehrte (Lehrter Bahnhof) e da estação Lehrter Stadtbahnhof, tendo entrado em funcionamento a 28 de maio de 2006. A estação projetada pelo arquiteto Meinhard von Gerkan é uma parte elementar do "conceito cogumelo", nome dado ao projeto de reorganização do transporte ferroviário berlinense de passageiros.

A visita a Berlim não ficou por aqui, ainda fomos a Potsdam (que será retratado no próximo post).

1 comentário:

  1. Excelente retrato de Berlim! É, para mim, daquelas cidades que importa recordar. Bom Trabalho, Susana. Obrigada por retratares tão bem estas belas viagens!

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